quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Por Uns Fios

da série Causos de Coletivo. Pra começar, já acordei indisposta. Um embrulho no estomago que durou a manhã inteira enquanto fazia prova da faculdade. Estendi a mão para que o ônibus parasse e enfim sentei relaxada para retornar aos meus edredons soníferos. Como de costume, observo cada pessoa dos assentos próximos ao meu e, claro, que a criatura da minha frente se torna a mais observada durante os 25 minutos que passo dentro do coletivo. Cabelo escuro com luzes louras que já estavam brancas ou cabelo escuro com um princípio de 'grisalhice'. Tanto faz, o fato é que estavam escovados e aparentemente bem tratados. Óculos de grau marrom, com lentes grossas que deixavam seus olhos ainda menores do que eram. Gostaria de poder dar mais detalhes do rosto da estranha que observava, mas parei no momento em que... NÁUSEAS... no momento em que... NÁUSEAS... no momento em que me deparei com uma enorme verruga com dois fios de cabelo branco. Certo que isso já me dá aflição ao lembrar das bruxas repugnantes dos contos infantis que sempre tinham um 'adereço' igual, mas o embrulho voltou por outro motivo. Voltou com tudo mesmo quando senti algo na minha boca. Otimista que sou, pensei: mosquito chato, saia da minha boca! ADIVINHA? Não era um mosquito. Sim, era um daqueles dois cabelos que pareciam imortais onde estavam, pareciam intiráveis (afinal, se fosse possível arrancá-los por que então estavam alí?, pensei com meus botões). Não consegui controlar, vomitei pela janela do ônibus e enquanto a desconhecida verruguenta tentava me ajudar, eu olhava para ela e o vômito só aumentava. ficção baseada em fatos reais.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Na Moral Bial, Na Moral

Na Moral, todo mundo sabe que a televisão brasileira é um balaio de amendoim cozido que precisa-se de muito empenho pra encontrar algum bom. Pelo menos os canais abertos estão seguindo essa regra. Mas, meu Deus! (ou qualquer que seja o seu santo amado), se apegue à ele e peça com muito empenho pra que isso não consiga chegar ao estado de uma unha encravada pintada de vermelho no dedinho midinho do pé. Moralismo - aliás vem a canhar com o nome do programa - textos prontos, discursos aBBBzados, hipocrisia (leia HI-PO-CRI-SIA), falsa democracia, falsa liberdade de expressão e, Na Moral, MUITA palhaçada. Em uma das edições um dono de uma agência de fotografias (estilo paparazzo), "Agostinho" encapetado pelo tal MORALISMO e quem mais? O rei, o grande rei paladino da moral e bons costumes: Pedro Bial. Eu fico me perguntando: as pessoas acham mesmo ele inteligente - não que não seja e também não que EU seja - mas todas as pessoas inteligentes morreram e só restou BIAL? É isso mesmo? Contradições, baboseiras, enchimento de linguiças, cinismo, entre outros sintomas globo-infernais. Não vem ao caso citar, enumerar as coisas que me assustou e me deixou bem preocupada com aqueles que como minha avó costuma acreditar mais no que passa na televisão do que no bom senso. Bom... Na Moral Bial, o BBB é mais sua cara: invasão de privacidade (tema debatido no programa e endemonizado por ele mesmo), dar dinheiro pra quem já tem dinheiro ou oportunidades de ter (tema discutido também em seu programa e com a pegada do velho clichê: "dinheiro não traz felicidade", entre outras mil coisas. Isso é só um desabafo da parte de minha mente SEM RECALQUE. Grata, Aline Valadares

segunda-feira, 26 de março de 2012

Dizeres

Aí eu pego meu caderno, meu mini-caderno que só por existir e só por ser lindamente pintado, já me remete bons fluidos.

Depois eu leio com atenção alguns pensamentos soltos, mas soltos mesmo... cada um em uma extremidade da página.

O que eu estava pensando exatamente quando parafraseei Dostoiewski?

"Sua docilidade, entretanto, constituía um empecilho"

Estaria eu prevendo algo? Sim! eu já sabia que não aconteceria.
Por isso cantei

"Eu só fazia fantasia e não fazia mal"


E para aqueles dias, e por aqueles dias não há mais nada o que ser dito, o que ser feito apenas que:

A valia da sagrada noite sem o luar é tão imperceptível quanto um grão de areia


"Para nós todo amor do mundo"



Um lá outro cá, sem a mínima delicadeza de uma honesta amizade...

e foi bom assim.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Benditos

Àqueles que sabem usar as palavra
Usar bem as palavras
Dedicam suas vidas às palavras, aos seus significados e a suas intenções

Benditos sejam desses que sabem o que fazer com as palavras
Elas fogem da minha mente e correm pra boca e eu as vomito
Vômito de palavras é quase um saber usar as palavras
Se não fosse suas inúmeras consequências
Antes impensadas

Palavras, voltem
Voltem "pa" lá
Vra!

domingo, 11 de março de 2012

Plenitude



"Seria como viver atado a um para-raios em plena tempestade e achar que não vai acontecer nada" As Armas Secretas - Cortázar, Julio
São muitas notícias
De tão assombrosas
Todas as que vejo
Que o assombro passa

Mas tem mesmo que passar?
São notícias, são fatos
Não são lendas

Se eu fosse você...
mas não sou

sexta-feira, 9 de março de 2012

Uma grande besteira

Por que estou risonha?

Essa risada não me parece saudável, nem decente

Para você só coisas boas, nada de mal, nada de ruim

Mulher como eu, sei que queres amor e amar

e ser amada.

Ri desse jeito, parece-me

Uma grande besteira

quinta-feira, 8 de março de 2012

Um querer, sem querer

É bem isso que acontece.

Quando um não quer
dois não brigam.

Nem se amam.
Nem se odeiam.

E quando três querem?
Aí dois brigam!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Nomes

Hoje eu me chamo passado. Hoje ela se chama presente
Ele?
Ele se chama amor e/ou paixão

Mas amor que é amor não tira prova dos 9 não, minha dor.

terça-feira, 6 de março de 2012

Anonimato

Então sou anônima. Depois de tudo é isso que me torno, uma anônima observadora. Por que tanta curiosidade? Por que tanto auto-martírio? Na medida que me torno anônima, me torno tão perto e tão estranhamente perto. Cada vez mais longe do que pra mim era sempre tão próximo.

Tenho uma dívida, posso pagar?
Tenho uma dúvida, posso perguntar?

Vou caminhar, isso tudo tem que se tornar indiferente um dia, é o jeito.